Treino de Reiatsu e Stamina - Fenrir

Fazia tempo que não tinha alguma ação, cerca de cento e setenta anos para falar a verdade, só que aquela noite tinha sido mais escura que o normal e o cenário estava repleto do mais escuro vermelho; mesmo depois de tanto tempo - um século e sete décadas - eu ainda vivia aquela noite na minha mente diversas vezes. Nos dias atuais eu era o capitão da décima divisão, um convite que recebera do velho Ozai, mais conhecido como o Comandante do Gotei 13. Talvez o velho pensava que meu poder serviria melhor em seu exército do que nos confins da prisão da Seireitei. Essa mesma pessoa havia requisitado minha presença nesse exato momento. — Diga a ele que vou em um segundo. — Proferi ao mensageiro. Não demorou para eu recolher minha zanpakuto e partir rumo a Ichibantai.

Iniciei a viagem até a primeira divisão, seria algo rápido. No caminho, deparava-me com diversos outros shinigamis em seus afazeres ou até mesmo no ócio. Todos lançavam aquele olhar desconfiado, como se pensassem que em qualquer momento eu atravessaria minha lâmina através de seus corpos. Alguns mostravam alguma valentia pelo olhar, um ato admirável já que a maioria demonstrava o medo. De qualquer forma, eu seguia com o semblante sério inabalável, com o haori de capitão oscilando pelo vento.

Por fim chegara no grande prédio da primeira divisão, fora uma breve viagem. Com uma simples frase, o caminho até onde o velho Ozai estava era liberado. Seguia pacientemente pelo caminho que era indicado por um de seus oficiais, até chegarmos numa sala simples, onde supostamente eu aguardaria pela presença do Comandante. Acomodei-me em um sofá, pensando se havia sido convocado ali para tomar um chá.

Status; Intacto.

O velho Comandante do Gotei 13 encontrava-se em seus aposentos pessoais, sentado sobre um pequeno e confortável assento. As pernas cruzadas serviam de apoio a Zanpakutō. – Comandante Ozai, o Capitão Fenrir já encontra-se a sua espera! Exclamava o jovem Oficial do Primeiro Esquadrão de Guarda. Através do fino tecido que compunha a porta do local, a silhueta do rapaz podia facilmente ser vista. Reverenciava de forma impecável ao cair de joelhos. – Estou a caminho. Respondia o ancião, degustando os resquícios de seu chá.

Ao abrir e transpassar a porta do quarto, Ozai retirava da boca o cachimbo que acabara de acender. – Aprecio sua pontualidade, Capitão Fenrir. Após as palavras, exalava pelas narinas a fumaça outrora tragada, criando uma breve cortina de fumo à sua frente. – O motivo da convocação é para tratar a respeito de suas habilidades. Uma breve pausa entre uma fala e outra era marcada pelo tragar do cachimbo, uma característica imutável naquele velho. – Não contesto suas capacidades como Capitão, afinal, o escolhi a dedo para ser detentor de tal patente. Porém você encontra-se fora de combate há muito tempo. Quero aplicar-lhe um teste para que sua forma física seja exercitada. Com o fim de seu pronunciamento, acomodava a Zanpakutō na cintura, novamente deleitando-se de seu tabaco.  

Ozai
H. 2400/2400;
R. 3300/3300;
S. 2600/2600;

Descrições:

- Vamos, me acompanhe. Usaremos o campo de treinamento de meu Esquadrão. Pronunciava Ozai, tragando mais uma vez seu cachimbo. O trajeto até o local onde o treinamento seria aplicado era curto, não exigindo mais que cinco minutos. O velho mantinha-se calado por todo o deslocamento, pronunciando-se apenas ao chegar ao destino. – Vamos, capitão Fenrir. Mostre-me o que tem. Seu dedo esquerdo contrapunha-se a tsuka, desencaixando a Zanpakutō da bainha. Neste momento o ancião liberava toda a pressão espiritual de sua reiatsu de forma repentina, consumindo o ar com a proliferação do poder.

Ozai
H. 2400/2400;
R. 3300/3300;
S. 2600/2600;

Descrições:

O sorriso do Capitão Fenrir marcava o início daquele embate. Através de passos tão rápidos quanto o voar dos pássaros que cortavam o ar acima do gramado, aproximava-se do ancião de forma sorrateira e feroz. Sua espada, desembainhada um momento antes do ataque, contrapunha-se em direção ao peito de seu alvo. Porém, tão rápido quanto seus movimentos, Ozai agarrava Diana pela tsuka e arrastava sua lâmina bainha afora até estender-se o suficiente para barrar o mortífero ataque.

Ainda com alguns centímetros de lâmina guardados pela bainha, a espada do ancião barrava a de Fenrir. O inexpressivo olhar do velhote fitava fixamente os olhos de seu Capitão. O choque entre as duas gigantescas reiatsus fazia com que a ambientação em volta de ambos fosse destruída em alguns metros. O barulho da movimentação dos Haoris de Capitães ecoava através daquele imensurável campo de treinamento. – Apesar de muito tempo parado, sua velocidade continua exemplar, Capitão Fenrir. Com as lâminas ainda em choque, as palavras rastejavam pela garganta envelhecida de Ozai, fazendo jus aos milhares de anos que o mesmo possuía. Em seguida todo o peso era posto em um empurrão com sua Zanpakuto contra o corpo do oponente, visando afastá-lo alguns metros.

Ainda inexpressivo e com os olhos fixos nos de Fenrir, o velhote demonstrava toda sua velocidade através de um hábil movimento. Utilizando o Shunpo, aproximava-se de seu oponente através de um impulso, cortando o ar com sua lâmina empunhada pela mão direita em direção ao pescoço alheio, com todo o peso do corpo inserido no golpe. Talvez a velocidade de Ozai não fosse tão grande quanto a do jovem Capitão, porém, era inquestionavelmente o suficiente para fazê-lo temê-la. O cachimbo a todo momento mantinha-se presente nos lábios do Comandante.

Ozai
H. 2400/2400;
R. 3220/3300;
S. 2600/2600;

Descrições:

A cada colisão entre as zanpakutōs dos Capitães, uma gigantesca onda de reiatsu era lançada por grande parte da Soul Society. Os oficiais mais próximos, do 1° Esquadrão, sofriam com o peso e aspereza da soma de ambos os poderes espirituais. Igualmente inexpressivo, Fenrir mantinha a guarda em pé e defendia-se do corte efetuado por Ozai. – Nada mal. Colocava-se a elogiar novamente, algo não muito comum da parte do velhote.

Desta vez era Ozai a receber uma estocada. Ainda com as lâminas em contato, era empurrado e, permanecendo equilibrado, girava seu corpo na mesma direção em que fora impulsionado, virando um “mortal” para trás e defendendo-se ao contrapor sua zanpakutō –sempre empunhada de forma rígida pela mão direita– na direção do ataque, barrando-o antes que atingisse seu tronco. Porém os movimentos de Fenrir não cessavam ali, com sua agilidade digna de elogio, transpassava o ar com o fio de sua zanpakutō em direção ao pescoço do velhote.

Igualmente ágil, Ozai apoiava-se no ar ao controlar as partículas espirituais em torno de seu pé direito e saltava para trás antes que a lâmina enfeitasse seu pescoço, porém, não fora rápido o suficiente para que seu cachimbo se mantivesse intacto. – Ora, ora. É um desperdício. Lamentava-se o velhote ao ver seu fumo espalhado pelo chão e o cachimbo partido exatamente ao meio.

Sem abrir brecha para um possível diálogo, novamente usufruía da movimentação rápida disponibilizada pelo Shunpo e direcionava-se à Fenrir. A todo momento, reagindo aos movimentos do ancião, seu Haori dançava junto ao ar, produzindo um harmonioso e agradável som aos ouvidos de Ozai. Agora apareceria atrás de seu oponente, estocando-o com o kissaki de Diana em direção ao centro da coluna vertebral. Era certo que tais movimentos não seriam suficientes para pressionar, e logo continuaria com um corte horizontal na altura do peito do garoto, porém, impulsionado pela força de ambas as mãos do ancião. Não havia utilizado a totalidade de sua força, mas seria o suficiente para causar um impacto considerável.

Ozai
H. 2400/2400;
R. 3140/3300;
S. 2600/2600;

Descrições:

Tendo suas ofensivas defendidas, o velho Shinigami dava-se por satisfeito com os resultados do treinamento. As habilidades de Capitão Fenrir não haviam diminuído tanto quanto calculado e, com aquele treino, as mesmas estariam em seu máximo novamente. – Capitão Fenrir. Pronunciava Ozai, defendendo-se do corte diagonal que partiria seu corpo em dois. Com a lâmina de Diana, golpeava a espada do adversário de forma a rebatê-la para a direita e, contra a estocada que surgira logo após, repetia o mesmo movimento, porém, rebatendo a lâmina adversária para o lado esquerdo em um ágil movimento. – Peço para que use toda a reiatsu que possui em sua lâmina. Não irei me conter. Após as palavras, usufruía do Shunpo para teleportar-se quinze metros distantes.

Apesar de sua satisfação com o que fora obtido até agora com o treinamento, Ozai não poderia simplesmente encerrá-lo. Para isso, concentraria pouco mais da metade de sua reiatsu total no golpe que estava prestes a desferir. Cortava o ar a direita e estendia sua lâmina ao vento, como se apontasse algo utilizando a espada. Conforme concentrava a energia em Diana, sua pressão espiritual alastrava-se por todo o campo de batalha e parte de Seireitei, consumindo o ar em uma quente e agonizante sensação. Como um relâmpago, seu corpo sumia no ar e apareceria rente à Fenrir, tentando estocá-lo ao centro de seu tórax.

Ozai
H. 2400/2400;
R. 2980/3300;
S. 2600/2600;

Adendos:

Descrições:

- Como esperado de suas habilidades, Capitão Fenrir. Pensara o velhote ao observar a efetividade da defesa de seu oponente. O treino já havia se estendido por tempo suficiente, como Comandante, Ozai havia outros deveres a cumprir. Porém, antes que sua voz rastejasse pela garganta envelhecida e decretasse o fim daquela atividade, uma investida era feita por Fenrir.

O corte manejado pelo rapaz possuía a tremenda força de sua capacidade total, algo que, se utilizado contra um qualquer, seria instantaneamente fatal. Diana vibrava ao desfrutar daquele momento, tendo sua lâmina banhada pela reiatsu de seu mestre. – Não se empolgue Capitão Fenrir. Seu treinamento termina aqui. A voz mumificada de Ozai ecoava conforme sua zanpakutō chocava-se contra o ataque, empunhada e direcionada de forma firme e resistente. O embate entre os corpos tornava a paisagem completamente diferente. O que outrora fora um extenso e belo campo de treinamento, agora era tomado por crateras e devastação.

Com o fim da atividade, Ozai golpeava o ar e vagarosamente cobria a lâmina de Diana com a bainha, encaixando-a na cintura. – Não há razão para se preocupar. Seu condicionamento continua impetuoso como de costume. Ao fim da pronúncia deixava o local, voltando aos aposentos em seu Quartel.

Ozai
H. 2400/2400;
R. 2980/3300;
S. 2600/2600;

Adendos: