Rank C - Jeese e a Captura da Alma

O dever era maior do que minha vontade de dormir, embora o meu corpo aparentar o contrário. Os olhos inchados possuíam grandes e negras olheiras, o cabelo estava num 'daqueles dias' e se negava a ficar arrumado. Bem, não que aquela missão requeresse uma boa aparência, mas o meu estado estava deplorável. Infelizmente, não poderia faltar numa tarefa como aquela por algo tão simplório.

O Instituto Shinigami de Pesquisa e Desenvolvimento ficava um tanto que longe de meu esquadrão, embora não tanto quanto ficava do primeiro. E, como a tarefa era de grande urgência, tive que me locomover o mais depressa possível. Brisas de vento passavam por entre meus cabelos, o sol resplandecia no céu, emitindo um calor aconchegante por toda Seireitei, pensando bem, logo o inverno chegaria e o calor seria tomado por um intenso frio, junto da neve.

Ao passar de dez minutos, consegui chegar até meu destino e, sabendo o que deveria ser feito comecei minha busca. O cadáver controlado pela alma já havia partido dali, na verdade, isso já fazia algumas horas. Primeiro, busquei por indícios de rastros que o ser poderia ter deixado, ou melhor, de algo que pudesse me indicar para que lado ele foi.

E, desta forma, pude perceber que nada ali iria dar resultado, então parti de lá por mais pistas. Felizmente, um shinigami tinha avistado alguém estranho passar por ali naquela manhã e quando tentou chamar o sujeito, ele simplesmente correu e desapareceu no meio dos edifícios. Fui para onde o homem tinha falado e encontrei algumas pegadas de lama por lá, afinal havia chovido na noite passada. As pegadas me levaram um até um estabelecimento em Rukongai, um bar para ser mais exata. Adentrei e ao longe consegui avistar quem procurava. Lá estava ele, bebendo e dando em cima de algumas mulheres.

Devo dizer que minha atitude sempre fora explosiva, então o que se seguiu era algo normal para mim. O soco, a saber, tinha saído com mais força do que pretendia, mas o golpe fora o suficiente para mandar o cadáver ao chão. Tenho certeza de que aquilo o pegou totalmente desprevenido, embora a culpa fosse do próprio por não prestar atenção em sua volta.
 
– Opa, desculpa ter usado tanta força. Só que não. – Então o levantei por sua orelha, torcendo-a com força o suficiente para arranca-la. O ser não resistiu e me seguiu de bom grado, afinal ele devia ter percebido que seria desse forma seria melhor.

Levei-o até o I.S.P.E, onde o deixei com os encarregados daquela área, pois eles saberiam o que fazer com tal ser. Dessa forma, mais uma missão tinha sido concluída. Ah, meus superiores ficariam felizes com aquilo, afinal já estava demonstrando trabalho com o meu novo cargo.