Rank C - Bishamon e os espiritos;

Silencioso como uma sombra no escuro

Ontem o dia foi bastante cansativo naquele hospital, mas nada como algumas horas de sono para deixar um homem ainda mais cansado. Com a hora passando e o noite correndo, logo pela manhã recebo uma outra carta para uma outra missão, eu estava esperando por uma continuação do me serviço no hospital, mas essa carta era diferente, uma missão onde eu teria que ir para o mundo humano e essa seria a minha primeira vez lá.

Confesso que fiquei um pouco assustado com a notícia que eu iria para o mundo humano sozinho, eu conhecia o básico das coisas, mas no geral eu não sabia muito bem o que poderia esperar dessa missão que aparentemente era para purificar almas dessa forma impedindo que eles se tornem Hollows, basicamente era para evitar o problema antes que ele realmente acontecesse e essa era a maior façanha que um Shinigami poderia fazer em prol da Soul Society e do Mundo Humano em geral. Era algo de extrema importância, mas eu ainda estava com sono e com fome.

Tomo um banho um pouco demorado e após tomar a desjejum com um pouco de chá, eu saio de casa em direção ao portal que leva até o mundo humano, Seikaimon.  Todos conheciam o lugar e sabiam para que servia, mas quase ninguém estava autorizado a atravessá-lo sem uma autorização, por sorte eu recebi uma junto a carta e por isso eu não teria problemas em passar, mas até chegar lá ainda tenho uma caminhada um tanto quanto longa então me aperto o passo. Minha máscara é completamente fechada e eu suo bastante nela.  

A caminhada dura mais do que eu gostaria e enfim chego ao Seikaimon onde apenas dois Shinigamis estão guardando o local e isso aparentemente era um trabalho muito prestigioso já que ambos estavam como se protegessem o próprio Rei das Almas. Ambos eram altos e relativamente u fortes, um deles possuía uma mandíbula estranhamente quadrada e o outro possui olhos mortos, mas com eles não tive problema algum e foi só mostrar o passe que eu tinha e eles deixaram que eu entrasse no salão. Já dentro do local era possível ver uma porta de bambo e papel que enquanto eu caminhava ia se abrindo sozinha como se houvesse alguém puxando-o, a luz que emanava de dentro da porta quadriculada era branca e bastante forte ao ponto de me ofuscar por alguns instantes. Dou um último suspiro e adentro o Seikaimon, mas decepcionantemente a viagem não dura muito e antes que eu perceba eu estou no Mundo Humano.


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Silencioso como uma sombra no escuro

Toda a ansiedade, animação e apreensão que se mixavam e preenchiam meu corpo se esvaiu completamente quando eu cheguei ao mundo humano. Uma rua escura e vazia, os prédios que preenchiam meu lado esquerdo e direito davam todo um ar de floresta de concreto ao local. Sem deixar que o ar solitário do local tomasse conta de mim, tenho o cuidado de dar inicio a minha buscar por almas vagantes para purificá-las e isso não é algo tão complicado assim, é só acertar eles com o punho da espada.

Não demora muito para eu encontrar algo que me chama atenção. Um pouco mais a frente de onde eu estava era possível se ver uma encruzilhada onde algum tipo de oferenda estava lá. Eu não tinha uma maneira correta de saber onde eu poderia encontrar almas para purificar, mas se eu tivesse uma moeda e pudesse fazer uma aposta, eu apostaria ali. Caminho até o local para investigar aquele local e como eu já esperava encontrar alguma alma por ali, eu já empunhava minha espada e iria purificar a primeira alma que encontrasse por aquele local.

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Silencioso como uma sombra no escuro

Vejo em meio as flores e as velas da oferenda uma foto de uma família, homem, mulher e duas garotas pequenas, me abaixo para ver melhor a foto e analiso-a por alguns instantes e dou conta do que havia acontecido ali. Uma família inteira morreu nas redondezas e eu os considero pessoas com sorte. Caminho um pouco pela região procurando eles, era possível que se todos morreram ali continuassem naquela região presos ao seu último momento, foi quando me deparei com uma garotinha que vinha em minha direção.

- Moçu... - Ela tinha cabelos laranja e falava meio engraçado, possivelmente por estar em prantos e falando em meio a soluços e lágrimas - Por favor moçu ajuda a gente, não sabemos o que aconteceu, ninguém vê a gente.

- Eu não vejo ninguém aqui, é melhor eu voltar para casa - A brincadeira não deu muito certo já que a garotinha começou a chorar ainda mais alto e o resto da sua família teve sua voltada a mim e começou a vir em minha direção. Todos os quatro possuíam correntes presas ao peito do mesmo modo que Hollows tem buracos no mesmo local - Calma, calma, era só uma brincadeira. Eu sou Bishamon Van der Maat e sou um Deus da Morte, mas não precisam se assustar com esse nome. Meu serviço é levar vocês para o paraíso e sim, todos vocês morreram, mas não precisa ficar triste lá é bem melhor que aqui. Agora vamos ser bonzinhos e ficar quietinhos para que eu possa levar vocês.

Não espero nenhuma resposta ou colocação deles, aproveito que elas estão se aproximando de mim e vou tocando suas testas um a um com as costas do cabo da minha Katana e assim purificando-os. Essa família teve sorte, confesso que a maioria não tem a chance de ser purificados todos juntos e perder um ente querido, ser deixado sozinho, isso não deveria acontecer com ninguém. Acredito que meu trabalho tenha terminado aqui, mas ainda sim eu procuro um pouco mais pela região para ter certeza e irei embora, voltando para Soul Society logo em seguida.

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Silencioso como uma sombra no escuro

Sem  encontrar mais nenhuma alma próxima na minha caminhada de volta ao porta eu imagino que era uma noite tranquila para mim e de fato foi. Minha missão foi um sucesso e mesmo sendo minha primeira vez no mundo humano não vi nada de tão surpreendente, na verdade só queria voltar para casa e me deitar um pouco, infelizmente já tinha passado da hora de dormir. Faço meu caminho de volta ao portal que me trouxe e sem olhar para trás volto para Soul Society.

Para variar meu oficial que supervisionou a missão era o Seisuke e para ele eu teria que me reportar ao chegar. Meus pensamentos me levam até aquela família novamente e imaginar que morrer assim, todos juntos é a melhor forma de partir, se eu pudesse escolher não estaria aqui. Cumprimento os guardas que estavam protegendo o Seikaimon com um aceno de cabeça e saiu de lá caminhando em direção a 2º Divisão, iria me reportar ao Seisuke imediatamente e voltar para casa finalmente.

Na 2º Divisão foi melhor que o esperado, Seisuke aceitou meu relatório sem nenhuma ressalva e eu fui dispensado logo em seguida, fiquei imaginando se teria que organizar meu relatório da mesma maneira que eu fiz com centenas de outros e esse pensamento por algum motivo me fez sorrir. A caminhada até minha casa foi tranquila e meu merecido descanso foi de excelente qualidade para compensar mais um bom dia de serviço e para recuperar forças na espera da próxima missão.



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