O caminhar tornou-se numa corrida desesperada. Minha espada balançava de um lado para o outro a cada passo dado, ou melhor, a cada virada brusca que eu fazia. A missão de hoje era mais do que urgente, pois alguém poderia acabar morrendo, então, era necessário que eu fosse o mais rápida possível. Não tinha tido tempo nem para arrumar o cabelo e por essa razão ele aparentava uma 'vassoura', não que isso fosse mais importante do que uma vida, logicamente.
O lugar em que o homem estava era um tanto que longe da Seireitei, bem, ele não tinha culpa de ter sido atacado enquanto fazia uma patrulha pela Soul Society. Esperava que ele ainda continuasse vivo, pois seria horripilante ver seu corpo sendo engolido por um hollow.
O dia estava tenebroso, nuvens escuras circulavam o céu e o nevoeiro perambulava por todo o local. Trovões eram arrematados de cinco em cinco segundos, embora ainda não estivesse chovendo. A saber, parecia que o próprio tempo lamentava o que estava acontecendo. E, sem nem mais um minuto, o primeiro pingo de chuva estalou fortemente em minha testa, escorrendo por meu rosto e caindo de meu queixo. Finalmente, estava chovendo.
Não tardou para que encontrasse o lugar do pedido de socorro, mas ninguém estava por lá e, infelizmente a chuva havia apagado os rastros do monstro. Contudo, o próprio veio até mim.
Uma batida em minhas costas lançou-me para longe, fazendo-me trombar numa árvore. O hollow tinha me atacado por detrás, mas imediatamente consegui me recuperar do susto e da dor que ainda encontrava-se em meu corpo, logo já estava com minha espada armada em direção à fera. Meu coração parecia querer pular de meu peito, minha cabeça doía e martelava, até parecia que haviam arrancado cada fio de cabelo com enorme força, então, o ser tentou novamente me atacar.
O hollow era grande, possuía um corpo de cachorro e tinha nada menos que uns três metros de altura por dois de comprimento. Ainda que tivesse duas cabeças ao invés de apenas uma, ou seja, ele era uma criatura medonha. Felizmente dessa vez consegui evitar o golpe de tal, enquanto ele batia as cabeças na árvore que, a pouco, se encontrava atrás de mim. Então, eu o ataquei, tentando acertar o golpe em seu corpo, mas o monstro reagiu rapidamente e com sua cauda me jogou para longe.
Dessa vez consegui evitar uma queda dolorosa, mas ainda doía o local em que o hollow tinha dado uma caudada. O avanço dele contra mim continuou, vez por vez evitei seus golpes, embora eu mesma não tenha conseguido o acertar.
Onde estariam os outros Shinigamis? Provavelmente não viriam, afinal ninguém gostaria de lutar ao meu lado. Teria que dar um jeito sozinha.
— Venha, hollow maldito. Porei um fim nesta batalha. — afirmei para o monstro. Ele não gostou nenhum pouco do que tinha dito, enfim, o resultado que tinha almejado fora conseguido, pois a besta me atacou com tamanha fúria que se esqueceu de ver onde eu estava. Rapidamente pulei para o lado, desviando do ataque. Contudo, balancei minha espada e com ela cortei o pé dianteiro da fera e por meio disso ela não conseguiu evitar o que veio em seguida.
Assim ela caiu para o fundo de um precipício, pois aquilo não tinha passado de uma grande armadilha. O modo como havia irritado ele, a espada em seu pé para que não conseguisse frear seu corpo e o desvio do golpe. Ri enquanto o monstro caía para sua morte, mas lembrava-me de que ainda devia fazer algo. O shinigami não estava no lugar em que havia pedido socorro, por isso comecei a procurar por ele, esperando que não tivesse sido comido pelo monstro. E, sim, ele ainda estava vivo, desmaiado, mas ainda vivo. Sangue escorria de sua barriga, então rapidamente rasguei uma pedaço de minha veste e a coloquei no machucado, pressionando para que ele não morre-se de hemorragia.
Deixei-o no quarto esquadrão, onde cuidaram e salvaram sua vida. Felizmente dessa vez não havia tido nenhuma vítima, se não o monstro. Mais uma tarefa concluída.
150|180 -
180|180 -
180|180